Os líderes dos países integrantes do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) reiteraram a significância de promover a utilização das suas próprias moedas nacionais em vez do dólar, nas operações de comércio e finanças que ocorrem internacionalmente. Este posicionamento foi reafirmado ao término da 15ª reunião anual do grupo.
Adicionalmente, os países do BRICS incumbiram os seus respectivos ministros das finanças e presidentes dos bancos centrais de conceber um plano que elimine o uso do dólar como meio de pagamento nas transações entre as nações do grupo.
Os dirigentes do BRICS concluíram a sua 15ª cúpula anual na última quinta-feira, em Joanesburgo. A declaração final do encontro destaca o compromisso unânime dos líderes dos países do BRICS em fortalecer a adoção das suas próprias moedas, em substituição ao dólar.
Os líderes expressaram a sua consciência acerca dos amplos benefícios proporcionados por sistemas de pagamento que sejam ágeis, econômicos, transparentes, seguros e inclusivos. E enfatizaram a superioridade deste sistema quando ancorado nas moedas locais, comparativamente ao uso do dólar.
O comunicado emitido ao término da cúpula sublinhou: “Salientamos a importância de estimular a utilização das moedas locais nas transações comerciais e financeiras internacionais, envolvendo os países do BRICS e seus parceiros comerciais”.
Fim da Era do Dólar
Além disso, no comunicado, há um incentivo para fortalecer as redes bancárias de cada nação do grupo e para conduzir acordos financeiros utilizando suas próprias moedas locais.
“Foi indicado que nossos ministros das finanças e/ou presidentes dos bancos centrais, conforme apropriado, devem examinar a questão das moedas locais, métodos de pagamento e plataformas, e nos apresentar um relatório até a próxima cúpula”, conforme declarado no comunicado.
A Rússia assumirá a liderança do BRICS em 2024 e sediará a 16ª Cúpula do grupo na cidade de Kazan. Além disso, a declaração especifica que as nações que compõem o BRICS reconhecem o papel essencial do Banco do BRICS para estimular o crescimento de infraestruturas e a sustentabilidade de desenvolvimento em seus países-membros.
Para além do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o Banco do BRICS inclui Bangladesh, Emirados Árabes Unidos (EAU) e Egito como integrantes, enquanto o Uruguai é considerado um membro em potencial.
O agrupamento econômico do BRICS estendeu convites a seis nações para se unirem como novos membros: Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Previamente, a África do Sul, anfitriã da cúpula do BRICS deste ano, relatou que 23 países formalmente manifestaram interesse em aderir ao grupo.